Tuesday 10 September 2013

Quantos jogadores deve ter um plantel de futebol? Os treinadores portugueses respondem

Há diferenças curiosas na dimensão dos plantéis do Porto, Sporting e Benfica. O Sporting tem 21 jogadores na equipa A, o Porto tem 24 e o Benfica 28. Quem está melhor? 

Não há uma resposta certa para esta questão, como é óbvio, mas a experiência diz muito e o conselho dos grandes treinadores deve ser ouvido. Mourinho sempre disse que gostava de plantéis curtos, com 24, 25 jogadores, no máximo. Tem sido coerente nisso, e assegura assim que todos os jogadores se sentem úteis (dentro do possível...) e que tem um grupo de homens coeso, em que reina o espírito de entre-ajuda entre todos.

O ideal é ter dois jogadores por posição (com a excepção dos guarda-redes, que devem sempre ser três), aos quais se podem juntar uma ou duas "sobras" para poder colmatar debilidades que a equipa possa ter e permitir variações ao longo da época. Assim temos: 22 (dois jogadores por posição) + 1 (terceiro gurda-redes) + 2 ou 3 (o excedente "admissível"), o que dá um total de 25/26 jogadores. Mais do que isso começa a ser demais, e mesmo a organização do treino deve complicar-se. 

Sendo assim, o plantel do Sporting parece um pouco curto, embora possa ganhar em coesão e até colher frutos caso não hajam muitas lesões. Lembre-se que o Sporting tem a "vantagem", a este respeito, de ter menos jogos por estar fora das competições europeias.

Já o plantel do Porto parece o mais equilibrado na distribuição de valor pelas várias posições. Ter 24 jogadores, como pedia Paulo Fonseca, faz todo o sentido e permite ao treinador ter um bom equilíbrio entre a qualidade de opções e a oportunidade de jogar para todos.

No Benfica, já se percebeu que Jesus gosta de abundância. Tem 28 jogadores à sua disposição (que é imenso!), e o ano passado também apresentava um número excessivo. Mesmo que os "excedentes" possam trazer mais soluções ao treinador ao longo da época, eles também implicam custos muito importantes na gestão da equipa. Não se percebe aliás a necessidade de ter Cortez (agora com Siqueira, que poderá estar protegido por Sílvio e até André Almeida), Mitrovic (são cinco defesas-centrais), André Gomes (dificilmente terá alguns "minutos" e devia por isso ter sido emprestado para jogar mais) ou Funes Mori (outra opção que parece inexistente). Veja-se que a lista da "champions", com as ausências de Mitrovic, Cortez e Mori só dá razão a este argumento. Devem evitar-se situações destas, que desmoralizam os atletas, que ficam numa espécie de "escalão B" do plantel principal. A resposta a este problema específico não é apenas a de encontrar mais jogadores portugueses, mas também a de procurar evitar números no plantel que são claramente desnecessários. O mais curioso na lista do Benfica é que Salvio, outro estrangeiro, teve de ficar de fora por lesão. Quem é que iria sair se Salvio não se tivesse lesionado? Custa imaginar...

1 comment:

  1. Quando há treino da equipa A, o Campo de Treinos nº1 do Seixal parece Tóquio na hora de ponta. Já para não falar da equipa B, que agora têm os 'reforços' Urreta, Djaló e Carlos Martins.

    ReplyDelete